quarta-feira, 20 de julho de 2011

Grupo Novo Rock


Uma banda que já teve seu auge, mas seu estilo, valor e irreverência caíram no esquecimento na atualidade, já que infelizmente as novas bandas não usam como inspiração trabalhos como esse.

É em 1981 que a banda da cidade do Porto edita o seu o seu primeiro registo em vinil, então intitulado “Portugal na CEE”, seguido de “Sê um GNR”. A crítica rende-se rapidamente ao trabalho da banda, pois compreende que de facto é possível a existência de uma banda pop rock coerente e inteligente, capaz de elevar-se à qualidade do que se produz no estrangeiro. Prova disso são os memoráveis concertos nos antigos estádios de Alvalade e das Antas, cerca de uma década depois, que contam com a presença de mais de 75.000 fãs.

Vêm sem dúvida constatar que o grupo consolidou uma carreira que atravessou todas as estações da música moderna portuguesa dos últimos vinte anos e saiu incólume. Numa era em que a música estrangeira veio invadir o mercado nacional de forma massiva, os GNR, de forma muito perspicaz, vieram contradizer esta tendência. Nos dias de hoje o trio Reininho, Machado e Romão – que são actualmente o pilar central do grupo – ainda se mantém verdadeiramente fiel na valorização da língua e cultura portuguesas. Uma geração começa finalmente a reencontrar-se e vários são os temas que se destacam de imediato. Basta recordar “Dunas”, do álbum Os Homens Não Se Querem Bonitos – “Efectivamente”, do quarto disco Psicopátria – “Ana Lee”, “Sub-16”, “Sangue Oculto” ou “Pronúncia do Norte” – do álbum Rock in Rio Douro, de 1992. Foram, e ainda são, temas que rapidamente conquistaram as playlist das mais diversas rádios nacionais. Os vários trabalhos dos GNR caminham, inevitavelmente, para um sucesso estrondoso.

A recompensa merecida por um trabalho árduo e persistente traduz-se em cinco Discos de Platina: um com In Vivo e quatro (160 mil álbuns vendidos) com Rock in Rio Douro. A primeira de três compilações lançadas – Tudo o Que Você Queria Ouvir, em 1996 (seguida de Câmara Lenta, em 2002, e de ContinuAcção, em 2006) – agrupa os temas de maior êxito da banda, sendo apenas possível em CD duplo. Com Popless, gravado no início do novo milénio, o grau de maturidade dos GNR, procurado desde a segunda metade dos anos 90, é atingido. O segundo tema – “Asas (Eléctricas)” – leva novamente a banda às playlist das rádios, uma vez que dá vida e cor ao primeiro telefilme da SIC (“Amo-te Teresa”), que obtém um largo sucesso à escala nacional. Também um tema inédito incluído na segunda compilação, Câmara Lenta – 16 Slows do Melhor GNR, editado em 2002, é escolhido para o genérico de uma telenovela com título homólogo da TVI: “Nunca Digas Adeus”. O grupo, caracterizado pela sua energia sem limites, grava nesse mesmo ano um novo álbum. Do Lado dos Cisnes, que marca um retorno à garagem, às guitarras pop e à canção curta e despachada, com um leve toque de cinismo sarcástico ausentes há uns tempos da escrita do grupo.

Em 2006, os GNR comemoram 25 anos de existência. No início desse ano é lançado um álbum de tributo ao grupo, intitulado Revistados 25-06, onde os temas que já fazem parte da nossa memória colectiva são interpretados por nomes do hip-hop, reggae e R&B nacional: NBC, Virgul (Da Weasel), Expensive Soul, Melo D, Guardiões do Subsolo, entre outros. O segundo acto comemorativo dos 25 anos de carreira é celebrado com o lançamento de Continuacção – O Melhor dos GNR Vol.3. Um álbum duplo, com muitos temas nunca editados em CD e com dois temas inéditos: “Continuação” e uma versão estrondosa de “Quero Que Tudo Vá P’ró Inferno”, de Roberto Carlos. Com este tema, rapidamente os GNR sobem para o top de músicas mais ouvidas nas rádios, mantendo-se em primeiro lugar por semanas a fio. Contra factos não há argumentos e a participação no Rock in Rio – Lisboa 2006 comprova o estatuto que o grupo mantém no panorama musical português.

A banda sobe ao Palco Mundo encerrando o festival, num dia que contou com muitos nomes sonantes da música internacional e em que milhares de fãs festejam o aniversário da banda. A terceira comemoração dos GNR, ainda em 2006, dá-se com os memoráveis espectáculos nos Coliseus do Porto e de Lisboa, em Outubro. Esgotados em pouco tempo, são alvo de grande parte da comunicação social, recebendo favoráveis críticas, sobretudo pelo seu aspecto inovador e pelos novos arranjos dos temas. As noites contam com as participações especiais de NBC, Sónia Tavares e Legendary Tiger Man. Vinte e cinco anos volvidos do primeiro single – com 13 álbuns gravados e vários prémios conquistados –, os GNR tornaram-se um ícone do panorama musical português, marcando um estilo muito próprio do pop rock nacional. Boas razões para a comemoração de uma brilhante carreira. Esse ano e 2007 traduzem-se numa série de espectáculos ao vivo por todo o país. A digressão percorre várias localidades de norte a sul, de onde se destacam os convites para iniciativas como o “Mega Concerto Visão” (Revista Visão, que editou a colecção “As Músicas da Nossa Vida” – álbuns de várias bandas nacionais) e “Vodafone SoundClash”, ambos no Pavilhão Atlântico, ou o espectáculo no Zénith de Paris.

Em 2008, uma super-produção marca a carreira do grupo: no dia 18 de Abril os GNR sobem ao palco do Pavilhão Atlântico com a Banda Sinfónica da GNR. Mais de 25 anos depois do início da polémica, o mito dissolve-se: o Grupo Novo Rock e a Guarda Nacional Republicana fazem história num concerto memorável. Sob direcção do Tenente Coronel Jacinto Montezo, impulsionador do projecto, 120 músicos dão vida a 18 temas intemporais do grupo portuense. Com arranjos de orquestra minuciosos, pela mão de Vasco Azevedo, Pedro Moreira, Filipe Melo, Hugo Novo e Mário Laginha, o alinhamento do espectáculo é cantado em tons de festa por mais de 8.000 fãs incondicionais. O espectáculo passa pelas cidades de Coimbra e Guimarães ainda nesse ano. No ano seguinte, os GNR continuam na estrada, com concertos um pouco por todo o país. Destaque para um espectáculo especial na Casa da Música, na noite de São João, e também para o grande concerto de passagem de ano nos jardins da Torre de Belém, em Lisboa.

Já em 2010, a banda entra em estúdio para gravar aquele que será o sucessor de Do Lado dos Cisnes. Pela primeira vez na história dos GNR, as gravações decorrem em estúdio próprio. “Rei do Roque”, o primeiro single deste novo disco, é divulgado semanas mais tarde e desde logo é bem recebido pelas rádios e pelos fãs do grupo. A 30 de Abril, os GNR apresentam no Centro Cultural Olga Cadaval algumas das novas canções que farão parte do tão aguardado álbum e aproveitam para divulgar o título deste novo trabalho: RetroPolitana.

DiscoGNRafia: 1982 | Independança | EMI – Valentim de Carvalho 1984 | Defeitos Especiais | EMI – Valentim de Carvalho 1985 | Os Homens Não Se Querem Bonitos | EMI – Valentim de Carvalho 1986 | Psicopátria | EMI – Valentim de Carvalho 1989 | Valsa dos Detectives | EMI – Valentim de Carvalho 1990 | In Vivo | EMI – Valentim de Carvalho 1992 | Rock In Rio Douro | EMI – Valentim de Carvalho 1994 | Sob Escuta | EMI – Valentim de Carvalho 1996 | Tudo o Que Você Queria Ouvir | EMI – Valentim de Carvalho 1998 | Mosquito | EMI – Valentim de Carvalho 2000 | Popless | EMI – Valentim de Carvalho 2002 | Câmara Lenta | EMI – Valentim de Carvalho 2002 | Do Lado dos Cisnes | EMI – Valentim de Carvalho 2006 | Continuacção | EMI Music Portugal 2010 | Retropolitana | Farol Música

ESCUTE UMA DAS MÚSICAS DE MAIS SUCESSO DA BANDA !!!

http://www.youtube.com/watch?v=nxZQKo5PBaQ

Um comentário:

  1. Caio

    Não consegui postar o Vídeo porque estava sempre dando erro, por isso deixei apenas o link.

    Abs

    ResponderExcluir